• Home
  • /A Entrada do Café no Brasil

O Surgimento do Sindicato dos Carregadores e Ensacadores de Café de Paranaguá

O CAFÉ CHEGOU AO NORTE DO BRASIL, MAIS PRECISAMENTE EM BELÉM, EM 1727

Trazido da Guiana Francesa para o Brasil pelo Sargento-Mor Francisco de Mello Palheta, a pedido do governador do Maranhão e Grão Pará, que o enviara às Guianas com essa missão.

Já naquela época o café possuía grande valor comercial, prova disso é que Palheta aproximou-se da esposa do governador de Caiena, capital da Guiana Francesa, conseguindo conquistar sua confiança.

 “Assim, uma pequena muda de café Arábica foi oferecida clandestinamente e trazida escondida na bagagem desse brasileiro”. (Alves Motta Sobrinho-1978).

Devido às nossas condições climáticas, o cultivo de café se espalhou rapidamente, com produção voltada para o mercado doméstico. Em sua trajetória pelo Brasil o café passou pelo Maranhão, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Minas Gerais. Em condições favoráveis a cultura se estabeleceu inicialmente no Vale do Rio Paraíba, iniciando em 1825 um novo ciclo econômico no país. No final do século XVIII, a produção cafeeira do Haiti — até então o principal exportador mundial do produto — entrou em crise devido à longa guerra de dependência que o país manteve contra a França.

Diminuída a produção aurífera e de pedras preciosas, entrava em crise a lavoura canavieira quando apareceu o café como grande catalisador das energias nacionais, a conquistar territórios, a fecundar bandeirismos, a marcar a presença do Brasil em todas as mesas civilizadas do mundo. (Alves Motta Sobrinho-1978). 

A exportação brasileira do café começou a crescer a partir de 1816. Na década de 1830-1840, o produto assumiu a liderança das exportações do país, com mais de 40% do total; o Brasil tornou-se, em 1840, o maior produtor mundial de café. Na década 1870-1880, o café passou a representar até 56% do valor das exportações. Começou então o período áureo do chamado ciclo do café que durou até 1930; no final do séc. XIX, o café representava 65% do valor das exportações do país, chegando a 70% na década de 1920.  Do Norte do país, o café se difundiu por zonas climáticas mais propícias à sua cultura.

Entretanto, a economia cafeeira não alterou os quadros sociais herdados do passado colonial. Ao contrário, ela fortaleceu a escravidão, a grande propriedade, a monocultura e a produção voltada para o mercado externo. Como no passado, a cafeicultura caracterizou-se por ser uma cultura extensiva e predatória. Em conseqüência disso, o solo esgotou-se rapidamente no vale do Paraíba e a cultura cafeeira ali entrou em declínio.

Em apenas cem anos, o café, advento a Segunda Grande Guerra, trouxe, para as arcas de nosso tesouro 2(dois) bilhões de libras: seis vezes mais do valor de produção açucareira, em trezentos anos de implantação. (Alves Motta Sobrinho-1978). 

A ESTAGNAÇÃO E DECADÊNCIA DO VALE DO PARAÍBA NÃO SIGNIFICOU, CONTUDO, A DECADÊNCIA DA CAFEICULTURA, QUE ENCONTROU NO OESTE PAULISTA UM NOVO ALENTO.

Seu núcleo inicial foi Campinas (Oeste velho), difundindo-se para Moji-Guaçu e chegando à região de Ribeirão Preto (Oeste novo) por volta de 1880. Em seguida, a cultura se expandiu para o extremo Oeste paulista e atingiu o Paraná já no início deste século. (Fausto, 2003).